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Divisão do Reino de Israel
Pastor Ricardo
Depois
da morte de Salomão (1 Reis 11.41-43), quem assume o trono é seu filho
Roboão. Jeroboão, que tinha fugido para o Egito (1 Reis 11.40), retorna
quando Roboão assume o trono. Toda a preocupação do "Reino do Norte", que
seria formado depois da divisão, volta com força! Salomão foi tido como
pesado para as tribos que vieram a formar o "Reino do Norte" e elas
queriam um pouco de sossego com um novo rei.
Roboão deixa
claro que seria ainda mais pesado que seu pai e isso gera revolta! Mas a
resposta dada estava de acordo com a vontade do Senhor, que tinha falado
através do profeta Aías que Jeroboão seria rei em Israel, mas não de todas
as tribos, pois por amor a Davi a sua "dinastia" seria mantida (1 Reis
11.26-40).
A divisão
aconteceu porque o Senhor assim definiu, é fato. Mas Ele age no correr da
história e entre as causas da divisão encontramos historicamente:
- Efraim
queria a honra de ser elevada a posição de liderança, o que aconteceu com
Judá, posição dada por Davi e Salomão. Já após a morte de Saul, Is-Bosete,
seu filho, foi reconhecido rei durante sete anos, tendo Davi já sido
coroado em Hebrom;
- durante o
reinado de Salomão, formas pagãs de culto se infiltraram, trazidas por
esposas desse rei, vindas de outros povos. Mas a história vai provar que
isso apenas foi desculpa, já que a questão espiritual sempre apresentou
"idas e vindas" em relação ao desejo do Senhor;
- também
foram efetuadas grandes construções no reinado de Salomão, o que resultou
na cobrança de altos impostos e uma política de trabalhos forçados, onde o
Norte era mais cobrado;
- o jovem
Roboão (filho de Salomão) recebeu em Siquém (onde deveria ser coroado
pelas tribos do Norte) a proposta de diminuir o fardo colocado por seu
pai. Seria, talvez, a chance de tentar dividir essa carga de impostos
entre o Norte e o Sul. Ele rejeitou o conselho dos mais velhos que
concordavam com essa sugestão e deu sua resposta de acordo com o conselho
dos mais novos, dizendo que seria mais duro que seu pai.
Roboão acabou
não sendo sábio. Ser mais pesado para com o povo do que seu pai Salomão
não era aceitável!
Jeroboão e
outros homens importantes foram pedir ao Rei Roboão que tratasse o povo
melhor. Mas Roboão não quis escutar. Em vez disso, ficou sendo ainda mais
duro. E a divisão do Reino se tornou realidade.
Jeroboão não
quis que o povo fosse a Jerusalém para adorar no templo de Jeová, para
evitar que alguma influência de lá atrapalhasse nesse processo de divisão.
Mas, em vez ter um local para adoração, acabou criando um espaço de
idolatria, contrariando logo a ideia de que uma das razões para a divisão
do Reino fosse desajustes espirituais no final da vida de Salomão! E
muitos problemas acabam nascendo por conta disso.
Com Roboão
não houve tanta facilidade assim! Logo no começo do reinado e depois da
divisão, já teve que enfrentar batalhas, como a luta contra o rei do
Egito, por exemplo. Sempre os desvios na questão espiritual refletiam na
soberania da Nação de alguma forma!
Os reinos
formados da divisão em 930 a.C.foram:
- o do Sul,
que passou a se chamar JUDÁ, com as tribos de Benjamin e Judá,
sobrevivendo até 587 a.C., quando é tomado pelos babilônios. Capital:
Jerusalém.
- o do Norte,
que passou a se chamar ISRAEL (também conhecido como EFRAIM, já que esse
era o nome da tribo principal desse reino, formado pelas 10 tribos
restantes) e sobrevive até 721 a.C., quando é tomado pelos assírios.
Capital: Samaria.
Foi Jeroboão
quem liderou a revolta. Depois da profecia dita por Aías sobre a divisão e
ascensão de Jeroboão (1 Reis 11.29-39), ele assumiu o trono do reino do
Norte, dizendo que isso era providência divina e não um acidente ou uma
rebelião popular simplesmente.
Ele era
efraimita e foi um dos oficiais de Salomão. Durante o reinado deste,
Jeroboão já teve que fugir para o Egito, por receio de uma ordem do rei
Salomão a respeito de sua morte. Depois da morte de Salomão, voltou e
diante da resposta negativa de Roboão à proposta de diminuir o fardo,
liderou a revolta que resultou na divisão do Reino.
A ideia de
que era providência divina parecia favorecer Jeroboão, claro. Ele atendeu
a um chamado divino e foi confirmado como rei por conta da vontade do
Senhor. Muitos líderes políticos gostam dessa ideia, por gerar a
possibilidade de pouca discussão a respeito de sua liderança. Mas mesmo os
que realmente são agraciados por conta da vontade do Senhor podem perder
essa autoridade diante de ações contrárias ao desejo do Senhor.
Se agarrar na
vontade do Senhor para assumir a liderança não pode ser um fim em si. O
Senhor pode sim ter agido naquele momento com essa direção, mas tal
autoridade pode passar da pessoa se ela não seguir a vontade do Senhor.
Foi assim com Saul, a divisão do Reino mostra mais uma vez isso. Há muitos
exemplos claros dessa situação!
Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
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