Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor

Oséias 6.3a

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Profetismo

Pastor Ricardo

(Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia assim: Vinde, vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje, outrora se chamava vidente.) - 1 Samuel 9.9

O termo (com letras da nossa língua, "transliterado") mais antigo, pelo menos no hebraico do Antigo Testamento, para profeta é roeh, que quer dizer vidente. Essa palavra também pode ser usada para "visão profética".

Com o passar do tempo, a palavra é nabi’ - aquele que fala, um porta-voz, passou a ser usada. Nabi’ vem de uma raiz que significa "levantar-se, vir à luz ou inchar-se".

Esta ideia pode ter um sentido passivo, como de alguém que é inspirado pelo Espírito de Deus e transborda a revelação dada pelo Senhor de forma "aleatória" (direcionada pelo Espírito, mas sem necessidade de razão humana aparente), em algum momento. Além desse sentido, é possível identificar um sentido ativo e contínuo, mostrando alguém que jorra as palavras de Deus, um divulgador divinamente inspirado, um anunciador ou um verdadeiro porta-voz. Nesse caso, o profeta é reconhecido por sua ação, pela confirmação de suas palavras e mesmo quando não está trazendo uma nova revelação, é reconhecido como profeta que pode, a qualquer momento, dar a devida instrução.

De qualquer forma, é importante deixar claro uma coisa na atividade do profeta: ele vê. Não fala de sua vontade ou do que entender a partir das coisas do dia a dia, mas o Senhor mostra algo para ele ou, ao menos, dá a devida inspiração.

E diante dessa revelação, a atividade "final" do profeta acontece: ele fala. Recebe a revelação da parte do Senhor e anuncia qual a orientação, revelação do que vai acontecer, confirmação de algum pecado ou alguma punição, além da redenção no tempo certo, tudo quando o Senhor revela, claro!

Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do Senhor, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado - Miqueias 3.8.

Assim como acontece com tantos outros termos do nosso “jargão” bíblico ou cristão, a palavra "profético" parece ter perdido grande parte do seu significado original, da sua força e da representatividade da parte do Senhor daquela pessoa que em nome Dele fala. Parece que as pessoas, como nos dias de Jeremias, esperam revelações que lhes agrade e quando o profeta ousa dizer algo diferente, tomam ele por errado, punem ou até obrigam o profeta a fazer outra coisa. E muitos em nossos dias buscam notoriedade e reconhecimento, "tocando conforme a música", perdendo, por vontade própria ou por imposição social, a possibilidade de falar algo que contrarie, para não "perder" notoriedade, curtidas e compartilhamentos.

É claro que para muitos, parece que a atividade profética terminou praticamente com o fim do Antigo Testamento, que poucas coisas há a partir do Novo Testamento que apontem para tal atividade. Mas não é fato! O Profeta não perdeu espaço com o Novo Testamento, pelo menos não deveria ter perdido. O que complica em nossos dias é a necessidade de aceitação e notoriedade que muitos buscam. E, de certa forma, numa medida invertida, as pessoas muitas vezes não aceitam um profeta falar algo que lhes desagrade e chame para mudança, porque tem outro dizendo algo mais agradável e que confirma sua vontade! E com isso, podem tomar como palavra de Deus aquilo que não é e rejeitar a que realmente é!

Que possamos deixar de lado nosso ego, tanto quando for para anunciarmos, como quando for para ouvirmos. A vontade do Senhor deve nos impactar e nos mudar, não nós devemos mudar a Palavra para algo mais aceitável. Que o Senhor possa nos falar e nos moldar! E que possamos ouvir e aceitar!

Vejamos, antes de encerrar, um exemplo no Novo Testamento:

Atos dos Apóstolos 2.17-18

17 E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, os vossos anciãos terão sonhos;
18 e sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão.


Pedro faz um discurso, tem como base o Profeta Joel, e registra que um nível muito maior de unção profética era uma das promessas do Senhor para seu povo nos últimos dias! Não era algo apenas para o passado, para os dias do Antigo Testamento.

Desde a descida do Espírito Santo relatada em Atos dos Apóstolos 2.1-4, vivemos dias de um derramamento sobre toda a carne! Já não é apenas em "lampejos", como acontecia no Antigo Testamento, mas quem busca pode experimentar do mover do Senhor!

É claro que esse mover não depende da vontade do ser humano. Falar em "conferência profética" não necessariamente mostra esse mover no nosso meio. O agir do Senhor não depende das "conveniências" humanas. Apesar de ser importante a busca pessoal e até comunitária, quem se revela é o Senhor e Ele escolhe como e quando acontecer, bem como quem receberá essa unção!

Agora, um pode até se calar ou até falar outra coisa, diferente do revelado da parte do Senhor, mas o Senhor falará por outro e/ou de outra forma!

Forte abraço.

Em Cristo,

Ricardo, pastor

 

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