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Profetismo
Pastor Ricardo
(Antigamente em Israel, indo alguém
consultar a Deus, dizia assim: Vinde, vamos ao vidente; porque ao
profeta de hoje, outrora se chamava vidente.) - 1 Samuel 9.9
O termo (com letras da nossa língua, "transliterado") mais antigo, pelo
menos no hebraico do Antigo Testamento, para profeta é roeh, que
quer dizer vidente. Essa palavra também pode ser usada para "visão
profética".
Com o passar do tempo, a palavra é nabi’ - aquele que fala, um
porta-voz, passou a ser usada. Nabi’ vem de uma raiz que
significa "levantar-se, vir à luz ou inchar-se".
Esta ideia pode ter um sentido passivo, como de alguém que é inspirado
pelo Espírito de Deus e transborda a revelação dada pelo Senhor de forma
"aleatória" (direcionada pelo Espírito, mas sem necessidade de razão
humana aparente), em algum momento. Além desse sentido, é possível
identificar um sentido ativo e contínuo, mostrando alguém que jorra as
palavras de Deus, um divulgador divinamente inspirado, um anunciador ou
um verdadeiro porta-voz. Nesse caso, o profeta é reconhecido por sua
ação, pela confirmação de suas palavras e mesmo quando não está trazendo
uma nova revelação, é reconhecido como profeta que pode, a qualquer
momento, dar a devida instrução.
De qualquer forma, é importante deixar claro uma coisa na atividade do
profeta: ele vê. Não fala de sua vontade ou do que entender a partir das
coisas do dia a dia, mas o Senhor mostra algo para ele ou, ao menos, dá
a devida inspiração.
E diante dessa revelação, a atividade "final" do profeta acontece: ele
fala. Recebe a revelação da parte do Senhor e anuncia qual a orientação,
revelação do que vai acontecer, confirmação de algum pecado ou alguma
punição, além da redenção no tempo certo, tudo quando o Senhor revela,
claro!
Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do Senhor, cheio de juízo
e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu
pecado - Miqueias 3.8.
Assim como acontece com tantos outros termos do nosso “jargão” bíblico
ou cristão, a palavra "profético" parece ter perdido grande parte do seu
significado original, da sua força e da representatividade da parte do
Senhor daquela pessoa que em nome Dele fala. Parece que as pessoas, como
nos dias de Jeremias, esperam revelações que lhes agrade e quando o
profeta ousa dizer algo diferente, tomam ele por errado, punem ou até
obrigam o profeta a fazer outra coisa. E muitos em nossos dias buscam
notoriedade e reconhecimento, "tocando conforme a música", perdendo, por
vontade própria ou por imposição social, a possibilidade de falar algo
que contrarie, para não "perder" notoriedade, curtidas e
compartilhamentos.
É claro que para muitos, parece que a atividade profética terminou
praticamente com o fim do Antigo Testamento, que poucas coisas há a
partir do Novo Testamento que apontem para tal atividade. Mas não é
fato! O Profeta não perdeu espaço com o Novo Testamento, pelo menos não
deveria ter perdido. O que complica em nossos dias é a necessidade de
aceitação e notoriedade que muitos buscam. E, de certa forma, numa
medida invertida, as pessoas muitas vezes não aceitam um profeta falar
algo que lhes desagrade e chame para mudança, porque tem outro dizendo
algo mais agradável e que confirma sua vontade! E com isso, podem tomar
como palavra de Deus aquilo que não é e rejeitar a que realmente é!
Que possamos deixar de lado nosso ego, tanto quando for para
anunciarmos, como quando for para ouvirmos. A vontade do Senhor deve nos
impactar e nos mudar, não nós devemos mudar a Palavra para algo mais
aceitável. Que o Senhor possa nos falar e nos moldar! E que possamos
ouvir e aceitar!
Vejamos, antes de encerrar, um exemplo no Novo Testamento:
Atos dos Apóstolos 2.17-18
17 E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu
Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas
profetizarão, os vossos mancebos terão visões, os vossos anciãos terão
sonhos;
18 e sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu
Espírito naqueles dias, e eles profetizarão.
Pedro faz um discurso, tem como base o Profeta Joel, e registra que um
nível muito maior de unção profética era uma das promessas do Senhor
para seu povo nos últimos dias! Não era algo apenas para o passado, para
os dias do Antigo Testamento.
Desde a descida do Espírito Santo relatada em Atos dos Apóstolos 2.1-4,
vivemos dias de um derramamento sobre toda a carne! Já não é apenas em
"lampejos", como acontecia no Antigo Testamento, mas quem busca pode
experimentar do mover do Senhor!
É claro que esse mover não depende da vontade do ser humano. Falar em
"conferência profética" não necessariamente mostra esse mover no nosso
meio. O agir do Senhor não depende das "conveniências" humanas. Apesar
de ser importante a busca pessoal e até comunitária, quem se revela é o
Senhor e Ele escolhe como e quando acontecer, bem como quem receberá
essa unção!
Agora, um pode até se calar ou até falar outra coisa, diferente do revelado da parte do Senhor, mas o Senhor falará por outro e/ou de outra forma!
Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
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