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O Batismo no início do cristianismo
Pastor Ricardo
Introdução
Temos na nossa vida cristã
certos ritos que, muitas vezes, passamos a realizá-los sem o entendimento
completo do que na realidade eles são. Passamos a realizá-los por mera
repetição.
O Batismo pode figurar entre esses ritos. Se não tomarmos cuidado,
esqueceremos o que na verdade ele significa. O estudo abaixo descrito
tenta levantar o que é o batismo, buscando nos seus primórdios cristãos a
resposta.
Como veremos, o Batismo não deve ter surgido em meio cristão, mas foi
adotado pelo cristianismo, com base na instrução do Mestre e Senhor
(Marcos 16. 15-16) e, anos mais tarde, os cristãos o viam como necessário
para passar a fazer parte da Igreja. Buscaremos verificar, em pequenas
frases, o pensamento de alguns dos Pais da Igreja, bem como de alguns
Apologistas. Além disso, estaremos mostrando a dimensão sacramental e
teológica do batismo, bem como a forma de sua administração através da
Didaqué.
Sabemos que não podemos esgotar o assunto, mas buscamos um desenvolvimento
que entendemos como necessário para entendermos o batismo.
1 - O Batismo - Surgimento e Administração
"A palavra BATISMO, de origem grega, bapto - baptiza,
significa, primariamente, imergir, afundar, afogar; simultaneamente,
assume o sentido de purificar, destruir e lavar" (Valter M. GOEDERT,
Teologia do Batismo, Edições Paulinas, p.8). Esse termo, Batismo,
refere-se a algo mais do que um banho ritual. Compreende um sentido mais
complexo, integral: "limpeza" das "sujeiras" que o pecado traz. Do mesmo
modo que o banho nos traz a limpeza, o Batismo seria o banho que nos traz
limpeza das manchas do pecado, trazendo essa purificação.
Tudo nos faz acreditar que essa prática do batismo não foi introduzida
primeiramente pelos cristãos. "A origem do rito é incerta. Tratava-se
provavelmente de uma espiritualização das antigas purificações levíticas"
(Williston WALKER, História da Igreja Cristã, Juerp/Aste, p.128). Vemos
traços dessas purificações com água já desde muito cedo na tradição
Bíblica (cf. Êxodo 40.12, Levíticos 11.31 e 32, Ezequiel 36.23-28). Os
judeus precisavam lavar as mãos no momento antecedente à alimentação para
a purificação (limpeza) das mãos, para não correrem o risco de se
contaminarem (cf. Marcos 7.1-5).
Isso nos vem mostrar que o Batismo (o lavar-se para a purificação) já era
prática muito anterior ao aparecimento de João, o Batista (que
possivelmente recebe esse nome por sua preocupação exagerada com o
Batismo). Os líderes religiosos da época procuraram João Batista, buscando
o batismo (cf. Mateus 3.7), o que nos faz pensar que o banho de
purificação que João Batista realizava, o chamado ao Batismo, era algo que
não estava completamente fora da cultura judaica. Afinal, esses líderes só
procuram João Batista porque há muitas pessoas que o procuram. Se ele
estivesse fazendo algo errado (ou que, pelo menos, pudesse ser enquadrado
como errado pela Lei), era só acusar, condenar e prender João Batista. Se
eles procuram o Batismo de João é porque o que ele fazia não desrespeitava
a Lei. A prisão de João Batista se dá por capricho de um governante e não
por oposição religiosa (cf. Marcos 6.17-18).
Só que João Batista nos traz
versões e visões novas sobre o Batismo que precisam ser observadas com
mais cuidado. Ele vem a introduzir elementos novos, que merecem nossa
consideração.
1.1 O Batismo de João Batista
João Batista aparece no
deserto preparando o caminho do Messias (Mateus 3.3, em cumprimento da
profecia registrada em Isaías 40.3). Sua pregação para o Batismo era
apocalíptica, pois lembrava da chegada do Reino dos Céus e da necessidade
de arrependimento. É provável que tenha recebido influência dos Essênios
quando começou a pregar. Os Essênios eram muito cuidadosos com a questão
da purificação pessoal e vivam isolados da sociedade. "Dentre as
comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em
pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto
ou Manuscritos do Mar Morto" (Wikipédia).
O Batismo por ele administrado tem uma dimensão provisória, pois sua
pregação escatológica (que predizia a vinda do Messias) lembrava que o seu
Batismo com água seria substituído pelo Batismo no fogo e no Espírito, que
seria administrado pelo próprio Messias ou por meio d'Ele (Mateus 3.11;
Lucas 3.16).
Muitos eram batizados. João Batista estava a pregar e, de maneira
coletiva, quem aceitasse (as pessoas precisavam aceitar a sua condição de
pecado e buscar o perdão de Deus - a fuga da ira divina - no
arrependimento e no Batismo) era por ele batizado. Muitos estavam ouvindo
sua mensagem; a Bíblia relata que as multidões o interrogavam a respeito
do que fazer (Lucas 3.1-20). Em alguns momentos, o Evangelista (o Escritor
do Evangelho. Neste caso, estamos ainda nos referindo ao Evangelho de
Lucas) descreve que publicanos, soldados e as multidões com essa
preocupação. Isso vem nos mostrar a universalidade do Batismo de João, que
pregava tanto aos judeus como aos não-judeus. O Batismo aqui era
administrado possivelmente a homens e mulheres, de qualquer faixa etária,
judeus ou não. Como João era quem estava preparando o caminho do Messias
que morreu em favor de todos, não só dos judeus, vemos neste momento essa
preocupação de estender o Reino dos Céus a todos, não só aos judeus.
Começa aqui o cumprimento da profecia feita a Abraão que "nele seriam
benditas todas as
famílias da terra" (Gênesis 12.3 - grifo nosso). Mas é bem provável que na
região onde João pregava, a quantidade de judeus era maior.
Além desses elementos que estão envolvidos no batismo administrado por
João Batista, temos outro dado novo: a purificação através do "banho que
limpa as manchas do pecado", era administrado por uma pessoa diferente a
que estava se purificando (no caso, por João Batista). A própria pessoa se
purificava antes; agora, alguém vinha purificá-la. Esse e outros aspectos
(pregação messiânica e a todos os povos) colocam João Batista como um dos
que "inauguraram" o Cristianismo. Ele realmente preparou o caminho do
Messias, que pelo próprio João foi batizado (Lucas 3.21). Mas o batismo
administrado por João deve mesmo seguir a forma dos rituais judaicos, pois
nunca foi questionado quanto à forma que realizava.
1.2 O Batismo no Cristianismo
Em João 4.1 e 2 vemos que, apesar do próprio Jesus não batizar, os
discípulos já o faziam. Talvez Jesus não batizasse, pois deveria cumprir a
profecia de João Batista, que o Seu Batismo seria com o Espírito Santo e
com fogo (Lucas 3.16). Isso só aconteceu a partir do dia de Pentecostes,
cumprindo também o dizer de Jesus que, indo Ele ao Pai, rogaria o envio do
Consolador que, entre outras coisas convenceria do pecado (João 16). Nesse
sentido, podemos até dizer que o batismo cristão começou no Pentecostes,
pois foi aí que o Cristo batizou (com fogo e com o Espírito Santo - Atos
2.1-4).
A partir do Pentecostes, o Batismo com água seria o sinal visível da
purificação. Seria o símbolo (a palavra Símbolo está sendo usada aqui como
algo material a que se dá uma significação espiritual) para tal, símbolo
este que seria completado com o Espírito Santo. É bem verdade que no caso
dos gentios na Casa de Cornélio, a situação foi inversa: primeiro
receberam o Espírito Santo e depois foram batizados com água (Atos
10.44-48). Esse é o real Batismo do Cristo: o com o Espírito Santo. Este
convence do pecado e leva o ser humano ao arrependimento, precisando da
limpeza que o banho espiritual pode trazer. Pelo que vemos nos Evangelhos
e no Livro de Atos dos Apóstolos, não importa a seqüência que aconteça
isso: ou Batismo com água e depois com o Espírito Santo ou vice-versa, já
que acabou acontecendo tanto de uma maneira como de outra.
Ainda observado o texto de Atos dos Apóstolos, podemos notar que famílias
inteiras eram batizadas, sem necessidade de grandes preparações. Com o
passar dos anos, muitos entenderam que o rito batismal era extremamente
necessário. Antes já acontecia como uma necessidade; mas agora a pessoa
para ser recebida no seio da Igreja precisava, impreterivelmente, passar
por um período de preparação, talvez porque os acontecimentos que
originaram o cristianismo e o batismo começavam a ficar distantes na
história e era necessário se resgatar essa história para se entender o que
estava se fazendo. Com isso, o batismo era administrado ao neo-converso
após um período de preparação de, aproximadamente, 3 anos, onde a pessoa
era instruída a respeito da conduta cristã, que incluía rejeitar o diabo e
suas obras. Diante dessa necessidade de instrução, surge após os anos 100,
um manual de instrução que auxilia na apresentação da fé cristã e dos seus
ritos: a Didaqué (para ler esse documento, recomendamos o portal
evangélico Compartilhando
Na Web).
1.3 A Didaqué: Sua importância para o Cristianismo e para o Batismo
A Didaqué, apesar de pequena, representa um manual de iniciação muito
importante no cristianismo antigo. Composta de 16 capítulos trata em seus
seis primeiros capítulos da necessidade de se conhecer o cristianismo que
é diferente do paganismo, do gnosticismo etc. É extremamente importante no
ensino que leva a vida e morte eternas. Do 7º ao 10º capítulos, trata do
Batismo, Eucaristia, Jejum e Oração; do 11º ao 13º, fala dos pregadores
itinerantes. No 14º, sobre a reunião no Dia do Senhor; 15º, sobre a
liderança local e fixa (não mais itinerantes); e o 16º, sobre o final dos
tempos, além de algumas exortações.
Ela é vista como realmente importante, como vemos nas palavras que vamos
transcrever de José Gonçalves Salvador:
"É um modesto tratado de cerca de mil palavras. Mas, apesar de pequeno na
sua forma, é rico em seu conteúdo. Poucos os escritos entre os não
canônicos são tão preciosos quanto este. Ninguém errará se o considerar a
mais fina jóia da primitiva literatura cristã apócrifa. Escrito que foi
para orientar na instrução dos catecúmenos, originalmente, e depois também
para guiar a Igreja na prática dos seus ritos e instituições, fornece
elementos valiosos a quantos queiram conhecer o desenvolvimento da
história do Cristianismo naquelas priscas eras." (O Didaquê ou "o Ensino
do Senhor através dos doze Apóstolos, Imprensa Metodista, p.6).
O assunto que nos interessará neste texto está na Didaqué, no Capítulo VII,
que trata do Batismo. Nesse capítulo, vemos que o Batismo só era
administrado depois que os outros ensinamentos fossem passados (os outros
6 capítulos referentes a doutrina dos dois caminhos). Ele já acontecia em
nome da Trindade, e em água corrente, preferencialmente. Se não se tivesse
possibilidade de assim ser, deveria ser em água fria ou quente, ou ainda,
derramando água três vezes sobre a cabeça do batizando, em nome da
trindade (uma vez para cada pessoa - Pai, Filho e Espírito Santo). Antes
do ato batismal, além da instrução (que possivelmente durava, como já
dissemos, 3 anos), quem fosse batizar e ser batizado deveriam jejuar,
cabendo ao último até dois dias antes do batismo. Além dos envolvidos
diretamente, outras pessoas, dependendo das possibilidades, deveriam
jejuar. Esse momento de jejum serviria para auxiliar ao neo-converso a
estar alguns momentos com Deus, abrindo mão dessa necessidade de alimento,
buscando maior contato com Deus, afim de entender melhor sua posição de
pecador. O batismo era, normalmente, administrado na Páscoa, depois de uma
vigília na espera do dia da Ressurreição, onde quem iria ser batizado era
inquirido sobre sua fé (cf. Adoração no Segundo Século, José Carlos de
Souza, IN: Simposio, Associação de Seminários Teológicos Evangélicos, Aste,
São Paulo, julho de 1984).
Nesse momento da Igreja Cristã, surge um grande problema: algumas direções
tomadas pelo cristianismo eram consideradas heréticas. O que fazer com
relação ao Batismo administrado por quem era considerado herege? Aceitá-lo
ou negá-lo? Tertuliano tinha uma opinião que era quase predominante na
época: era nulo (apud. Williston WALKER, História da Igreja Cristão, Juerp/Aste,
p. 132). Mas, entre os anos 254 e 257, o Bispo Estevão, de Roma, emite seu
juízo, sendo este favorável à aceitação do Batismo executado por hereges,
desde que feito segundo a forma aceita, independente do ministro.
Além da situação dos hereges, se vê outros problemas: dever-se-ia
administrar o Batismo a pessoas que eram parentes de quem morreu sem
batismo? O apóstolo Paulo fala em sua Primeira Carta aos Coríntios (15.29)
que isso não deve acontecer. A tradição cristã inicial dá conta que, após
o batismo, a pessoa que era limpa do pecado, deveria abandoná-lo
definitivamente. Se voltasse a pecar, o batismo com sangue (o martírio)
seria a última saída. Passados alguns anos, essa dimensão se perdeu e,
mesmo depois do batismo, se alguém voltasse a pecar, deveria
verdadeiramente se arrepender e buscar o perdão de Deus.
Vemos nessas situações o surgimento do Batismo, bem como era a sua
administração no início. Precisamos, agora, ver no Batismo o seu sentido
de Sacramento e de Teologia.
2 - O Batismo como Sacramento
Primeiramente precisamos entender o que é Sacramento. Se recorrermos a
Santo Agostinho, teremos uma resposta, resposta esta que a nós é
satisfatória: "Sacramento é um sinal visível da graça invisível de Deus" (Rascunhos.com -
artigo). Essa graça invisível, no Batismo, vemos como regeneração ou
purificação do pecado (novo nascimento) produzida através do rito
batismal. Na verdade, não é esse banho que nos traz essa purificação; este
é apenas o sinal visível, o símbolo, do que Deus na realidade opera no
nosso lado espiritual. Não é a água que traz a regeneração; é, na
realidade, o Espírito Santo. A água é só o símbolo.
Para ser um sacramento, é necessária a Instituição do mesmo por parte do
próprio Cristo. Protestantes e Evangélicos, vêem apenas isso no Batismo e
na Santa Ceia (Eucaristia). No tocante ao Batismo, mesmo que alguns
exegetas venham a dizer que o texto de Marcos, no capítulo 16, a partir do
versículo 9 até o fim do livro, seja um acréscimo posterior e,
conseqüentemente, visto como uma experiência da comunidade "marcana"
(sendo que a instituição do Batismo, partindo da própria boca de Jesus
está nessa parte), esse é um texto considerado como canônico. E mais:
podemos ver a instituição do Batismo por parte de Jesus quando Ele
próprio, mesmo sem pecado, se submeteu a ele.
Além desses pontos, o Evangelho de João traz alguns pontos, a partir do
discurso de Jesus, que nos remetem ao rito batismal:
1) Jesus incentiva a prática do Batismo (João 3.22);
2) Nicodemos ouve de Jesus que o Batismo era uma condição necessária para
entrar no Reino de Deus (João 3.1-10 - ênfase no v. 5).
Saindo do Evangelho de João, Jesus promete aos discípulos um novo Batismo:
no Espírito Santo (Atos 1.5).
Vemos nessas situações motivos
mais que plausíveis para se dizer que o próprio Cristo instituiu o
Batismo. Mas o Batismo era realizado em água e debaixo de dizeres que se
tornaram importantes. A água já era um símbolo de salvação, limpeza e
vitória desde muito cedo. O banho trazia a limpeza das sujeiras acumuladas
no corpo, sendo que era realizado (e ainda o é, claro) com a necessidade
de água. Além da água, era (e é) necessário os dizeres envolvendo a
Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) para uma ação completa do Batismo.
O batismo, nesse sentido de salvação e purificação, nos traz alguns
efeitos importantes, como: Introdução na Igreja; novo nascimento; dom da
fé; purificação dos pecados; morada da trindade (e conseqüente enchimento
com o Espírito Santo). Como todas essas coisas acontecem com o Batismo,
vemos que ele é extremamente importante no cristianismo, sendo realmente
colocado como rito por intermédio de Jesus Cristo.
3 - Batismo: Teologia e Forma de Administração
3.1 O Batismo e Sua Teologia
Vemos em muitos aspectos essa teologia batismal. Um desses pontos é a
necessidade do batismo para fazer parte da Igreja. As Escrituras afirmam
que o Caminho para a salvação é Cristo (Mateus 28.19; João 3.6; Efésios
5.26 etc.). No momento do Batismo se é recebido como membro da comunidade
de fé (a Igreja), que se reúne em torno de Cristo. Com isso, o Batismo era
extremamente necessário, pois nele as pessoas adultas professavam sua fé
em Cristo, o caminho para a salvação. E quando uma criança era batizada
(afinal, famílias inteiras eram batizadas em Atos dos Apóstolos e em
famílias normalmente se tem criança - e o texto não faz ressalva nenhuma,
indicando que a família toda era batizada mesmo), os pais ou padrinhos
(testemunhas do batismo) se responsabilizavam em instruir a criança no
caminho certo (base para tal instrução é encontrada em Provérbios 22.6).
Outra dimensão teológica que vemos no Batismo é que através "do batismo,
aquele que crê, participa da morte e ressurreição de Cristo (Romanos
3.3-5)" (Valter M. GOEDERT, Teologia do Batismo, Edições Paulinas, p. 58).
O Batismo era administrado na Vigília Pascal (vigília que esperava o dia
da Ressurreição, a Páscoa). Com Cristo, o batizando morre e ressuscita
através do Batismo. É a partir deste que se verifica uma atuação maior do
Espírito Santo, sendo que esta atuação se dá porque esse é o Batismo que o
Senhor mesmo administra. Este último recebe quem crê em Jesus e acaba por
receber o Batismo no nome d'Ele (Atos 2.38). É a partir do momento que o
Espírito Santo começa a agir que somos convencidos do pecado (João 15 e 16
mostra em alguns versículos essa função do Espírito Santo, além de outras)
e é a partir disso que começamos a fugir do pecado, buscando uma vida
digna do Senhor. Recebe o Espírito Santo quem é batizado e tem fé. Claro
que levando em conta a conversão de Conélio (Atos 10), podemos notar que o
agir do Espírito Santo pode ser anterior ao batismo com água. Normalmente,
segue a ordem "ter fé e ser batizado", mas isso não é regra. Essa fé pode
trazer grandes realizações através do Batismo (1Coríntios 4.8; Romanos
8.17; Colossenses 2.12). A regeneração é uma das coisas que o batismo traz.
Mas essa regeneração implica em uma vida nova em todos os segmentos do
nosso dia-a-dia. Mas não podemos esquecer que não há uma fórmula a ser
seguida no que diz respeito à seqüência em que deve acontecer o batismo
(com água e com o Espírito)
3.2 Forma de Administração do Batismo
A Didaqué é quem nos dá pistas de como o batismo era administrado. Os pais
e Apologetas da Igreja seguiam (pelo que pudemos ver) esse modelo, que
está descrito por J. G. SALVADOR (O Didaquê ou O Ensino do Senhor Através
dos doze Apóstolos, Junta Geral de Educação Cristã da Igreja Metodista do
Brasil, São Paulo, 1957), na tradução que ele faz do referido descrito (a
Didaqué):
"Batiza em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, em água viva
(corrente). Se, porém, não dispõe de água viva, batiza então em outra
água, e se não for possível em água fria, faze-o então, em quente. Mas se
não é possível obter, nem uma, nem outra, derrama água sobre a cabeça 3
vezes em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo." (VII capítulo)
A partir desse relato podemos ver várias formas de se administrar o
Batismo:
- por água corrente, entendemos um rio. Pode ser que a pessoa fosse
mergulhada completamente (imersão), se o rio fosse grande o suficiente. Se
não, dentro da água, o oficiante derrama água sobre a cabeça de quem é
batizado;
- água fria ou quente, possivelmente esteja relacionada com a aspersão;
- derramar água sobre a cabeça (como no caso do rio, sem ser imerso ou em
outro lugar) é o derramamento.
O mais importante talvez não fosse a forma, mas o símbolo da limpeza, do
pecado e a rejeição de Satanás e suas obras, realizada no ato batismal,
através da confirmação da fé de quem era batizado.
CONCLUSÃO
Vimos que o batismo não surgiu em meios cristãos (pelo menos, tem raízes
no judaísmo), mas que tem um grande significado para o cristianismo.
Independente da forma que vem a ser administrada, é algo extremamente
necessário para a iniciação no cristianismo, bem como um ótimo símbolo
dessa aceitação de Cristo e pedido do Espírito Santo para a purificação do
pecado. Entendemos que ele (juntamente com a Ceia) é um sacramento, algo
que foi instituído pelo próprio Senhor Jesus, que possui esse símbolo de
limpeza, regeneração (que só acontece com o Batismo realizado pelo próprio
Senhor com o Espírito Santo). Entendemos, com isso, que é um símbolo
necessário e a sua realização deve realmente acontecer, sendo que as
pessoas envolvidas precisam tomar consciência do passo que estão dando ou
permitindo que uma criança tome.
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13. Wikipédia - A enciclopédia livre - http://pt.wikipedia.org/wiki/Essênios
Forte abraço.
Em Cristo,
Ricardo, pastor
Compartilhando Na Web